Contação de Histórias em Itu

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quarta-feira, 3 de março de 2010

A princesa da água da vida

Era uma vez, quando não havia tempo, no País do Lugar Nenhum, uma pobre jovem chamada Raida, que vivia solitária em uma pequena cabana. Como não havia dinehiro, nem comida e nem nada, ela vivia do que encontrasse pelo caminho.

Um dia, caminhando pelo bosque, Raida viu que um enxame de abelhas havia abandonado sua colméia, e decidiu recolher o mel.

"Levarei este mel ao mercado e o venderei. Com o dinheiro que conseguir procurarei melhorar minha vida", disse para si mesma.

Raida correu para casa e voltou com um pote, enchendo-o de mel. Ela não sabia, no entanto que a causa de sua pobreza era um gênio maléfico que tentava por todos os meios impedir que ela tivesse êxito em qualquer coisa.

O gênio acordou quando alguma coisa lhe disse que Raida estava começando a fazer algo de útil. Ele correu ao lugar onde ela se encontrava com a intenção de causar-lhe problemas. Logo que viu Raida com o mel, o gênio se transformou em um galho de árvore e empurrou seu braço, de maneira que o pote caiu e se quebrou, entornando todo o mel. O gênio, ainda sob a forma de um galho, ria-se com satisfação, balançando-se de um lado para o outro.

"Isto a deixará furiosa!", disse para si mesmo.

Mas ela apenas contemplou o mel e pensou:

" Não importa, as formigas vão comer o mel, e talvez algo surja disso".

Raida tinha visto uma fileira de formigas cujas exploradoras já estavam experimentando o mel para ver se lhes seria útil. Quando começou a atravessar a floresta, no caminho de volta para sua cabana, Raida notou que um cavaleiro estava vindo em sua direção.

Quando estava apenas há alguns metros dela, o homem levantou o chicote displicentemente e, ao passar, bateu num galho. Raida viu que era uma árvore de amoras, e o golpe tinha feito com que as frutas maduras caíssem no chão. Ela pensou:

"Boa idéia! Recolherei as amoras e as levarei ao mercado para vendê-las. Talvez algo surja disso!".

O gênio a viu juntando as frutas e riu- se por dentro. Quando ela terminou de encher seu cesto ele se transformou em um burro e a seguiu silenciosamente pelo caminho que levava ao mercado.

Quando Raida se sentou para descansar, o gênio sob a forma de burro aproximou-se, esfregando o focinho em seu braço. Raida bateu- lhe no focinho, e então de repente a horrível criatura se jogou sobre o cesto de amoras, esmagando-as completamente. O suco espalhou- se pelo caminho, e o falso burro afastou- se galopando alegremente entre os arbustos.

Raida olhou então para as frutas com desânimo. Nesse momento, no entanto, a rainha, em uma linda carruagem, estava passando por ali, a caminho da capital e pode presenciar o que acontecera com Raida.

"Parem a carruagem imediatamente!", ordenou aos guardas que a acompanhavam. "Essa jovem perdeu tudo, seu burro esmagou as frutas e fugiu. Ela estará perdida senão ajudarmos."

Assim foi que a rainha convidou Raida a subir na carruagem, e rapidamente se tornaram amigas. A jovem possuia um encanto, era ponderada, educada e bondosa. A rainha levou-a ao palácio e como Raida era extremamente carinhosa, logo conquistou a sua confiança. Raida ganhou da rainha uma casa, e logo ela se converteu em uma próspera comerciante, por seus próprios méritos.

Quando o gênio viu como as coisas estavam indo bem para Raida, deu uma boa examinada na casa para ver o que poderia fazer para arruiná-la. Ele percebeu que todas as mercadorias eram guardadas em um grande cômodo, que se queimaria até os alicerces em menos tempo do que se leva para contar. E assim foi feito, o genio ateou fogo na loja de Raida.

Ela saiu da casa correndo quando sentiu o cheiro da fumaça. O fogo rapidamente tomou conta de tudo e Raida contemplou as ruínas com pesar. Então percebeu que uma fila de pequenas formigas estavam se formando. Elas carregavam grão a grão a sua reserva de milho, que estivera embaixo da casa, para outro local de maior segurança. Para ajudá-las, Raida ergueu uma grande pedra que cobria o formigueiro, e debaixo dela brotou uma fonte de água. Enquanto Raida a experimentava, as pessoas da cidade iam se juntando á sua volta, exclamando:

_A água da Vida! Isto é o que foi profetizado, que um dia, depois de um incêndio e de muitos desastres, uma fonte seria encontrada por uma jovem que não se afligia com as calamidades que lhe acontecia. Esta seria a última fonte da vida.

E foi assim que Raida se tornou conhecida como a Princesa da Água da Vida, da qual até hoje é a guardiã. Essa água poda ser bebida para dar imortalidade àqueles que a encontram, por não se impressionarem pelas calamidades que lhes possam ocorrer.

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