Contação de Histórias em Itu

Contação de Histórias em Itu

sexta-feira, 12 de março de 2010

Às vezes não sei o que faço com a minha solidão. É engraçado que quando os meninos eram pequenos, eu sonhava com um tempo só meu, onde eu pudesse ler ou ouvir música, pintar ou jardinar, sem que ninguém chamasse: - MAMÃHEEEEEEEEEEEEE!
E hoje, mesmo com o tempo escasso, às vezes me perco com o nada pra fazer. É sexta feira a tarde e acabou. Será que acabou mesmo? Será que só eu, mesmo com um montão de coisas pra fazer, ainda tenho tempo livre?
Presto serviço para duas empresas e agora estou me metendo em um novo empreendimento. Mas pensando bem, todos os trabalhos foram finalizados, a unha está feita, a casa arrumada (faltam umas flores no vaso), e a geladeira está abastecida. O que fazer agora? Estou lendo a biografia do John Lennon que tem 800 páginas , mas o calor está insuportável, e gosto de ler a noite. Acho que para esses momentos eu inventei essa história de blog!
Sei que existe a tal da síndrome do ninho vazio, o que ainda não aconteceu comigo totalmente já que o filho mais novo ainda mora por aqui. Mas desde pequena estou acostumada com muita gente a minha volta. Na casa dos meus pais éramos seis irmãos e a porta permanecia sempre aberta para amigos e agregados, e como era super bem localizada, no centro da cidade, quem passava por lá entrava para tomar um café ou um suco. Todos os amigos faziam daquele casarão um QG, era gente entrando e saindo a toda hora, até em plena madrugada. É que meus pais adoravam um baralho e, toda semana, a partir de quarta feira, tínhamos jogatina madrugada adentro.
Acho que sinto falta é dessa gentarada ao meu redor. Além dos irmãos foram nascendo os sobrinhos, uns 14 , que não moram por aqui. Meus filhos sempre trazem amigos, mas estou desfalcada, um mora longe pra caramba, em Presidente Prudente e a mais velha está na Irlanda. ELES FAZEM UMA ENORME FALTA, SAUDADES SEM FIM.Sinto falta dos meus step filhos, que fui “adotando” e que fazem a diferença. Tem os amigos do filho mais novo que vêm de vez em quando, mas eu quero o Zé Garib, a Larissa o Sorriso e tantos outros que preenchem esse meu vazio com conversas adoráveis. Quero minhas amigas queridas da época de Campinas da Unicamp, do grupo de arte Nós no Espaço e do Corallatex. Quero o impossível!
Fui criada no meio de muita conversa, gosto de falar, de bater papo, na adolescência eu não lia nada, lembro-me do meu pai dizendo:- Olguinha vá ler um livro, é importante para o seu crescimento intelectual.
Mas eu não lia, só revistas, amava a Revista Pop.O que eu mais fazia era conversar com os adultos, adorava ficar ouvindo a prosa alheia, acho que isso de certa forma me encantava. Vivo falando pros meus filhos que perdi um tempão, devia ter lido mais e agora não dá tempo de ler tudo o que eu quero. Hoje devoro um pouco de tudo, romance, poesia, biografia, alguns clássicos e muitas histórias. Mas confesso que sinto a maior falta de gente, de conversar. Devia ter feito psicologia, rsrsrs.
Detesto a solidão. Almoçar sozinha então é o oh! Inventamos uns almoços coletivos, que está dando super certo. Na terça almoço da casa da comadre, que prepara pratos vegetarianos como ninguém. Na quinta o almoço é aqui em casa e capricho bastante no menu. Ah que delícia ter a mesa cheia de gente, aquele monte de comida, sobremesa, café e uma boa conversa pra finalizar. Ainda bem que tenho bons amigos que recheiam de certa forma a minha solidão. Agora tem também o blog que me ocupa!
Já são 17:20, refrescou e vou aguar o jardim...

4 comentários:

  1. Queria vizinha de sala Olguinha,
    Se estiver só, me liga e venha do Clube do Vale até a Vila Maria. Me deve uma visita e um macarrão, vamos fazer num almoço durante a semana? Gostei dessa estória!
    Posso te dizer que o Blog é um bom companheiro pros momentos de solidão, eu que gosto de minha companhia, escrevo muito.
    Parabéns pelos textos nascendo!
    Beijos,
    Augusto.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Prima, seu blog se tornou leitura obrigatória pelos excelentes questionamentos e ao mesmo tempo, para matar as saudades! Entrei no "túnel do tempo" e "viajei" no seu post sobre o Carnaval...A guerra de "bolinhas de parafina" me fez voltar a casa dos meus tios e primos, para os velhos carnavais e seus maravilhosos concursos de marchinhas! Sou um saudosista convicto, das coisas que viví e até daquelas que não viví...
    Um beijo no seu coração e vá mandando!
    Cacá

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  4. Uau olha o primo Cacá aí, muitas saudades.....adorei!!!!

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