De repente acordo, do nada, no meio da madrugada. Aí a cabeça voa para Dublin, para Presidente Prudente e para a madrugada fria de Mococa. São os filhos que não saem do pensamento, são eles que preenchem o silencio e me deixam com a cabeça ocupada às 3 da manhã.
Ser mãe é isso. Antes de tudo, de tudo mesmo, ser mãe para mim é estar ligada aos rebentos.
Dizem por aí que sou mãe liberal, que deixo meus filhos à vontade, que não proíbo nada, que entrego na mão de um adolescente de 17 anos o carro para que ele possa sair, com a namorada à noite, sem que eu não tenha que ir, na madrugada, buscá-lo em alguma balada.
Sou mesmo liberal e luto diariamente para não ser hipócrita, para ter uma relação de extrema sinceridade com meus filhos. Acho que mentira, falso moralismo, não educa. Vejo isso nas relações mãe e filhos com freqüência. As mães, com medo de mostrar seus sentimentos, experiências e vivências se escondem, utilizando-se de máscaras, quem elas realmente são. As mães hoje, cinquentonas, foram adolescentes nos anos 70 e 80 quando a liberdade sexual e as drogas eram uma maneira de quebrar as regras. E quebrávamos mesmo. Tivemos vários parceiros sexuais, fumávamos muita maconha experimentamos as drogas e seus efeitos, para, de certa forma, mudar os conceitos. Mas a maioria esconde isso dos seus filhos, por medo ou mesmo preconceito da sua própria vivencia. Eu não. Eu falo, converso, exponho o meu ponto de vista em relação a isso tudo e acho que consigo mostrar o quanto atualmente drogas e sexo sem amor, não levam a absolutamente nada! É perder tempo, é, no caso das drogas, financiar a violência. Não consigo conceber, por isso falo, falo, falo!
Às vezes me pego questionando essa minha maneira de me relacionar com os filhos, mas pensando bem acho que está dando certo. Tenho acesso livre a eles, existe, principalmente com os dois mais velhos, uma de 23 e o outro de 21, uma conversa franca e bastante interessante. É claro que deve rolar uma mentirinha aqui e outra ali, por parte deles, mas quem é que nunca mentiu pra mãe para protegê-la?
Sei lá, mas essa coisa eterna de ser mãe é bastante complexa. Por exemplo, quando eu estou namorando, acontece sempre um ciúme , um pré-julgamento, uma crítica ou uma implicanciazinha em relação ao namorado, normal. Mas sinto que minha vida nesse aspecto não me pertence, é engraçado. Preciso de uma aprovação deles para namorar, só assim me sinto bem.
Amor de mãe é indescritível, é infinitamente incondicional. Imaginem ser avó, que loucura, vejo por aí as avós abestalhadas com os netos, uma relação de extrema paixão, deve ser emocionante.
Tenho muito orgulho dos meus filhos e quero que eles, mesmo com o mundo de ponta cabeça, mesmo com as tragédias todas acontecendo em nossa volta, sejam felizes, verdadeiros e pessoas do bem.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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Que belo depoimento. Já escrevi aqui que podemos compartilhar nossos momentos de solidão. Não é que não conseguia dormir essa noite e fui para a varanda, olhar o céu e senti o mesmo frio da madrugada. Meus pensamentos não iam para os filhos, já que não os tenho, pelo menos ainda. Oscilavam entre trabalhos e relacionamentos, roubando-me o sono e impondo a consciência do que iria pro sonho inconsciente.
ResponderExcluirA educação materna e paterna não tem manual de instruções. Os pais fazem escolhas e jogam o resultado da opção no futuro. Admiro sua sinceridade, prezo relações sinceras, que bom que seus filhos podem ter essa possibilidade de abertura. Quando há espaço para o diálogo, há espaço para corrigir possíveis erros.
Grande beijo do amigo,
Augusto.
Mamãe esta de parabéns, compartilho este sentimento com voce. Mas quanto as drogas, não me lembro de nada disto, hehehehe!!!!
ResponderExcluirBeijuuuuuus da China