Acabou o carnaval e eu me sinto saudosista, deslocada e muitas vezes irritada com os caminhos do carnaval aqui nas bandas do interior de São Paulo e até mesmo no Brasil.
Nos anos 70 e começo da década de 80, a festa era realmente uma festa. Tudo girava em torno do carnaval, não só nos bailes do clube tocavam samba e marchinhas, ouvia-se o ritmo nas casas, nas rádios e toca fitas dos carros. As pessoas preparavam fantasias para os bailes, eram pierrots, colombinas, palhaços, ciganos e mais uma infinidade de personagens que realmente faziam a diferença nos bailes. A música era interessante, o samba de raíz e as marchinhas às vezes engraçadas, às vezes ingenuas, dominavam o cenário musical da época.
Durante o dia, um hábito bastante interessante nos dias de carnaval, eram as guerras de água que a garotada adorava. Em Mococa a tradição era tamanha que havia uma senhora chamada D. Dita que fabricava com parafina bolinhas d’água em sua casa. Essas bolinhas eram coloridas em tons pastéis e dentro delas havia essencia de rosas que quando atiradas nas pessoas, deixavam um perfume delicado. Elas eram vendidas em caixas de camisas forradas de serragem. A garotada que não queria gastar dinheiro com a D. Dita, fabricava as bolinhas nos quintais e usavam como forma goiabas, isso tudo sem nehum problemas. Uma invenção interessante foi o “sangue de diabo” que era uma mistura de melhoral com alguma outra coisa que não me lembro mais, que quando misturado à agua, ficava vermelho e manchava momentaneamente a roupa das pessoas. Era o carnaval da época, muito divertido!!!
O carnaval por essas bandas está cada dia mais sem sentido, sem graça nehuma. A música predominate na festa é o funk carioca. Nossa Sra. Da Boa Música me livre desse som! O ritmo pode até ser contagiante, mas não dá pra ouvir, é uma agressão aos ouvidos. Acho sinceramente que estamos perdidos. A geração que hoje ouve funk está sendo formada com uma cultura musical de baixíssimo nível. É uma péssima influência cultural para jovens e crianças já que a música tem o poder de formar e informar as pessoas. Pra se ter uma idéia, o estilo tentou se espalhar pelo mundo e do jeito que entrou em alguns paises foi banido na mesma hora, pois alguns europeus foram procurar saber sobre o que as letras estavam falando, e quando viram que se tratava de apologia ao crime e as drogas e a banalização do sexo e da mulher, baniram o funk do seu país.
Mas no Brasil ouve-se muito Funk no carnaval e fora dele . E o samba e as marchinhas estão caindo no esquecimento. Por aqui é moda e vai ficar, e pelo visto as autoridades querem mesmo que se ouça muito funk carioca, pois para eles é importante manter cada vez mais, os jovens brasileiros sem cultura, sem informação e sem nehum tipo de crítica. Em Setembro de 2009 a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou projeto definindo o funk como movimento cultural e musical de caráter popular.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário