domingo, 5 de maio de 2013
Nessa semana conversando com um amigo ele me disse que o trabalho estava o deixando de saco cheio. Segundo suas palavras, “ As pessoas não têm mais respeito e nem consideração, as relações no trabalho estão cada dia mais difíceis, principalmente quando trato com pessoas que exercem cargos elevados”. Sinceramente penso meu amigo que isso não é uma característica dos dias atuais, é coisa do bicho homem.
Já trabalhei em várias funções. Comecei como garçonete, há zil anos atrás em um pequeno restaurante em Campinas. Neste tive sorte, pois os frequentadores eram amigos e não tive problemas com a clientela que eu atendia. Mas trabalhei como caixa em um restaurante bar bacana na Bahia, há poucos anos atrás, onde fui alvo de uma madame bêbada e doida que só faltou me deixar surda, ela surtou e me agrediu verbalmente aos berros com palavrões e insultos, por conta de que seus inúmeros cartões de crédito não passavam. E eu do lado de lá tremia de raiva e de vontade esganá-la. Acabou que um cara acertou a conta e ela foi-se embora me xingando aos berros. Um escândalo!
Fui professora de natação, lá dentro da piscina era uma farra só, trabalho delicioso onde eu adorava ensinar as crianças que aprendiam brincando, crianças, preciso dizer mais nada. Mas quando eu era proprietária de uma editora de house organs, no começo dos anos 90, aí o bicho pegava, os diretores das empresas para quem eu prestava serviço chegavam a tripudiar em mim, era um horror! A síndrome de pequeno poder imperava, os egos super inflados dominavam a cena. Respeito, colaboração e companheirismo não existiam nas nossas relações de trabalho, era um exercício diário de paciência, haja saúde!
Quando fui professora universitária também sentia que os mestres travavam entre si uma certa luta egóica, absolutamente improdutiva e desnecessária para o meio acadêmico.
E no meu incomum universo profissional leva o troféu supremo da vaidade e da falta de humildade e respeito a TV e o cinema. Um mundo interessante e super envolvente, mas vaidoso demais da conta, lá os egos são infladérrimos e bobeou dançou. Eu por duas vezes com a minha caipirice dancei , foi triste.
Já dizia minha sábia comadre Vânia que o ego é o grande vilão, é ele quem contamina tudo o que temos de melhor, de mais puro e belo. Atenção às armadilhas que o ego nos prepara, não custa prestar atenção nas inúmeras vezes que ele dá as cartas, já que quando ele é o chefe, as relações podem ficar intoleráveis. Quem sabe , em um futuro sem pessoas pirando com a vaidade e o poder, os nossos netos vivam num ambiente profissional mais verdadeiro, mais humano, menos podre e mais justo!
quarta-feira, 13 de março de 2013
O samurai Idoso
Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que adorava ensinar sua filosofia para os jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda que ele ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. E, conhecendo a reputação do velho samurai, estava ali para derrotá-lo, aumentando sua fama de vencedor.
Todos os estudantes manifestaram-se contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos - ofendeu inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho mestre permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato do mestre ter aceito tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: Como o senhor pode suportar tanta indignidade ? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? - perguntou o velho samurai.
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.
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